Os conflitos do milênio em Millennium, de Stieg Larsson

Minha história com a trilogia Millennium, do escritor sueco Stieg Larsson é um pouco longa, mas não tão interessante assim. Anos atrás, uma amiga defendia ferozmente a história, recomendando-a a todos como uma das melhores leituras de sua vida. Lembro-me também de em alguns momentos ela até confessar o peso da leitura em sua vida: a obra a inspirara a cursar jornalismo, o qual ela se formou. Um tempo depois, ela até mesmo me presenteou com uma cópia do primeiro livro, mas, por motivos que não sou capaz de explicar racionalmente, fiquei anos sem dar uma chance para a trilogia.

Foi apenas no final do ano passado, 2023, que resolvi dar uma chance para Os Homens que Não Amavam as Mulheres, porque eu queria ler não só algum livro físico como também um romance policial, e foi assim que tive uma surpresa extremamente agradável.

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26 (Ain’t It Fun?)

Já tem mais de um mês que fiz 26 anos. Principalmente quando penso que minha vida está tão caótica desde maio desse ano que eu não consegui escrever nem meu tradicional post de aniversário. Bom, acho que esse aqui vai acabar funcionando como o famigerado post, mesmo que (muito) atrasado.

Bom, a questão principal aqui é algo que me assombra há alguns anos, mas que chegou em um momento que acho que preciso finalmente enfrentar esse fantasma de uma vez por todas para ver se consigo sair dessa situação. Seja melhor, ou pior.

Pois bem, deixe-me começar pelo começo, sobre como toda a questão (que sim, sei muito bem que ainda não citei nome algum do que se trata, mas que talvez pelo título do post você já tenha alguma vaga ideia) se iniciou.

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Redescobrir

Já faz uns 6 meses que estou morando em Campinas, e só agora fui atrás de uma Mocidade Espírita aqui. Existiam alguns impeditivos em minha mente para não ter feito isso antes, como a incansável desculpa de que tem pouco tempo que estou aqui e que posso tomar mais tempo para conhecer a cidade, ou então a campanha de RPG que jogo religiosamente aos domingos desde o início da pandemia – bom, um problema meu é que minha mente é simplesmente incapaz de processar duas informações ao mesmo tempo, ainda mais se elas podem ocorrer simultaneamente, mas acho que já estou metendo os pés pelas mãos aqui.

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Zeit

O tempo é inexorável. Ele continua a fluir, implacável, queiramos ou não. Enquanto isso, nós, como sociedade, tempos um terrível problema com isso.

Puxando um pouco para a cultura pop, muito disso pode ser visto na ficção científica: nós adoramos produtos que lidam com viagem no tempo – e não me excluo disso, muito pelo contrário. Duas obras que me vem à mente imediatamente são Doctor Who, que começa seu primeiro arco, lá em 1963, com o Doutor junto de seus companions indo para na Terra pré-histórica; e outro outro é Novembro de 63, um livro maravilhoso do Stephen King em que parte do plot gira em torno de impedir o assassinato de John F. Kennedy. Mas os exemplos são quase infinitos: De Volta para o Futuro, Outlander, Kindred, Efeito Borboleta, A Máquina do Tempo…

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Bonne Journée

Era pra eu ter escrito esse post aqui há mais ou menos um mês atrás, mas acho que já cheguei num ponto desse blog em que eu nunca vou escrever o que eu quero escrever quando acho que devo escrever, então vou parar de começar todos os posts me justificando pelos sumiços, e aceitar de peito aberto a definição de slow blogger. Sigamos então para o começo real.

Esse é oficialmente o primeiro texto escrito nesse blog feito 100% no meu apartamento em Campinas, São Paulo. “Meu” apartamento. O apartamento que eu alugo e divido com um amigo do doutorado. Creio que não preciso comentar muito sobre como comprar um imóvel existe apenas como um ideal distante para a esmagadora maioria das pessoas da minha geração, então pulemos essa parte.

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Kingdom Hearts

Eu queria começar esse texto falando sobre como minha história com Kingdom Hearts é bem longa, mas eu estaria mentindo. Na realidade ela é bem simples, até. Em meados de 2011, 2012, um amigo de um fórum de Pokémon que eu frequentava era completamente obcecado com duas coisas: One Piece, e Kingdom Hearts.

One Piece eu dei uma chance na época, gostei muito, mas acabei abandonando por serem capítulos demais – e anos depois, na faculdade, outro amigo que também ama a obra me deu ânimo pra voltar a ler o mangá, o qual acompanho semanalmente há uns bons 2-3 anos –, já Kingdom Hearts eu fiquei por muito tempo apenas vendo vídeos no YouTube até que meu irmão ganhou um Playstation 2 de presente, e um dos primeiros jogos que comprei na feira foi Kingdom Hearts 2. E, bom, foi amor à primeira vista.

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Olá, 2022

Sim, estou voltando aqui com um post novo quase cinco meses após o último, e fingindo que absolutamente nada aconteceu. Ou, como minha amiga Milena falou, pagarei de alternativo e me definirei como slow blogger.

Bom, não muito aconteceu desde agosto do ano passado, acredito (apesar de que se minha terapeuta me ver falando isso ela me dê uns puxões de orelha). No começo de setembro eu finalmente defendi minha dissertação de mestrado, e agora sou oficialmente mestre em Ciências Biológicas pela UFG. Foi um processo infinitamente mais de boa do que imaginei – uns dois, três dias antes da defesa eu entrei em pânico e reli grande parte das minhas referências com medo de alguma pergunta extremamente difícil, que, felizmente?, não chegou.

Ao final da defesa eu estava radiante e muito feliz, pensando no quanto são esses momentos que me fazem gostar do mundo acadêmico, e que me dão vontade de continuar nele, mas eu estava decidido a dar um tempo pra academia, e ter um pouco de experiência no mercado de trabalho antes de ingressar em um doutorado. Oh, how I was such a sweet summer child.

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24

Bom querido leitor, cá estamos 365 dias depois do post passado, e cá estou um ano mais velho. Um pouco mais sábio ou maduro? Um pouco mais calejado da vida, talvez? Não sei bem, não sou muito bom em julgar isso. Aliás, nunca fui muito bom no processo de autoconhecimento. O fato é que um ano se passou, e algumas coisas aconteceram, e quero compartilhá-las aqui. Como sempre, elas não estarão necessariamente em uma ordem cronológica, mas me esforçarei para que estejam – assim como também me esforçarei para lembrar ao máximo de coisas; acho que mais pra frente esse ponto em específico ficará um pouco mais claro.

Bom, em meados de setembro eu voltei pro laboratório pra dar continuidade aos meus experimentos do mestrado, e iniciar o temido – e, pra ser sincero também, esperado – western blot. Não quero entrar em muitos detalhes científicos aqui, mas caso você, caro leitor, não seja familiarizado com técnicas moleculares na biologia – ou com minhas constantes reclamações nas redes sociais – western blot é uma técnica que permite separar proteínas de um tecido, e verificar a expressão delas, e é também o “carro chefe”, por assim dizer, do meu laboratório. Como falei antes, eu estava um pouco ansioso em finalmente fazer ela, mas tão logo eu descobri o porquê dela ser tão detestada: muita coisa pode dar errado. Muita coisa. E grande parte do segundo semestre de 2020 eu passei indo no laboratório pra no final do dia o resultado ser que tudo havia dado errado.

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youareareyouwhoareyou

Uma questão que sempre surge na minha mente pra me assombrar é “Quem sou eu?”. Talvez não tanto no sentido filosófico da coisa (apesar de que às vezes eu também me pego pensando nessa vertente um pouco mais filosófica), mas mais no sentido de “O que me define?”, ou então “Como os outros me definem?”. Na grande parte das vezes essa pergunta me surge quando estou passando por alguma rede social, e a pessoa se define pela sua profissão, ou até mesmo pelo seu relacionamento.

Inclusive, isso é algo que sempre me incomodou. Você é um ser complexo, com tantos gostos e desgostos, com toda uma trajetória de vida, e você se define por quem você namora? Ok que talvez eu esteja reagindo demais sobre uma mísera descrição de rede social, mas é algo que me deixa inquieto.

Muitos desses questionamentos também surgem sempre que entro em algum grupo novo, e logo vem aquela dinâmica de apresentação em que você fala seu nome, sua idade, e o que você gosta de fazer no seu tempo livre, e as respostas são quase todas parecidas: todo mundo ama Friends, todo mundo é maníaco por Harry Potter, todo mundo gosta de beber cerveja, e por aí vai. E logo me pergunto o quanto que isso são apenas gostos, ou se a pessoa realmente baseia sua personalidade nisso, porque sejamos realistas, você conhece no mínimo uma pessoa que toda a personalidade dela se resume a alguma das três coisas que citei aqui.

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Listen Out Loud

Vez e outra aquele famigerado estudo que afirma que nossa atenção está diminuindo ao ponto de estar menor que a de um peixinho dourado ressurge. Apesar de ter oficialmente surgido na internet nos idos de 2012, todo ano algum site a publica como se fosse a maior revolução científica do momento, usando-a de justificativa sobre como a tecnologia tem prejudicado nossa capacidade de foco. Embora essa pesquisa já é vista hoje como uma baboseira completa, ela involuntariamente emerge na minha mente quando estou conversando com alguém que não desgruda os olhos do telefone enquanto te ouve.

Bom, talvez eu esteja metendo um pouco os pés pelas mãos aqui, então vamos por partes.

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